Estas são apenas duas das expressões que frequentemente ouvimos quando se fala de crianças e não há dúvida que quaisquer pais, avós e a maioria do cidadão comum não hesitam em concordar com tais afirmações.
Mas, como em tudo na vida, existe um reverso da medalha, um lado menos luminoso e belo, subjacente a esta questão.
Acontece que se pensarmos friamente, o nascimento de uma criança representa um aumento significativo na pegada ecológica e na sustentabilidade de uma família.
Segundo um estudo publicado pelo Environmental Research Letters, ter menos um filho significaria uma redução de 58 toneladas de CO2, por cada ano de vida do pai ou mãe da criança.
Vejamos, alguns exemplos do impacto de uma criança:
Um bebé utiliza cerca de 7800 fraldas entre o seu nascimento e os dois anos de vida, que demorarão mais de 500 anos a decompor-se. E um número ainda mais significativo de toalhitas de limpeza.
As suas roupas e calçado praticamente não servem para uma estação.
Os brinquedos apropriados a cada faixa etária estão constantemente desactualizados.
Isto representa, inevitavelmente, um aumento significativo do consumo e, consequentemente, das despesas familiares.
E estamos apenas a pensar
nos primeiros anos de vida de um bebé.
À medida que crescem, as crianças estão inevitavelmente sujeitas a influências externas, seja na forma de amigos ou de publicidade.
Isto é o mesmo que dizer que estão sob a influência de modas, de marcas e as necessidades multiplicam-se.
Embora, hoje em dia, a escolha de não ter filhos seja claramente assumida e reflectida por algumas pessoas – os denominados GINK1 (Green Inclination No Kids) – tal opção, a ser generalizada, representaria o fim das gerações futuras e, como tal, não pode ser considerada sustentável.
A adopção de um estilo de vida minimalista começa a atrair cada vez mais adeptos, mas está ainda longe de representar uma solução viável para a maioria da população.
E o que se pretende são soluções capazes de mobilizar uma franja significativa da população e que resultem a longo prazo.
Isso não é possível sem se efectuar
uma alteração consistente de mentalidades.
O que se passa é que, hoje em dia, transmitimos – de forma desconexa – aos nossos filhos, das mais variadas formas, que a sua identidade, felicidade e relações são (e devem ser!) construídas com base nas coisas, nos brinquedos, gadgets, roupas e marcas que lhes compramos.
Quando todo o ênfase devia ser colocado na sua capacidade de auto-conhecimento, de explorar o mundo, de se relacionar com outras crianças e adultos.
É uma tendência difícil de contrariar quando está por todo o lado, quando nós próprios não somos imunes às mensagens subliminares (e claras!) que são transmitidas pelos anúncios televisivos, pelas redes sociais que insistem em reforçar a ideia de que nós somos o que consumimos, que “somos amados pelo que temos”.
Por isso é tão importante que enquanto pais nos preocupemos em praticar uma parentalidade sustentável e, enquanto educadores, fomentar a educação para o Desenvolvimento Sustentável.
Somos nós os modelos
dos adultos de amanhã.
É nossa a responsabilidade de fazermos escolhas informadas e conscientes que garantam as mesmas possibilidades a todas as crianças do mundo. Hoje e no futuro.
A educação e parentalidade sustentável podem e devem ser uma realidade. É um desafio que implica mudanças em cada um de nós, nas nossas mentalidades, comportamentos e na forma como transmitimos as mensagens.
Implica um esforço de informação, presença e, talvez alguma auto-disciplina. Mas pode ser feito por cada um de nós, no dia-a-dia sem grandes constrangimentos ou limitações.
Ao longo deste novo ano, iremos explorar estas questões, reflectindo sobre as suas diferentes perspectivas e, mais importante, deixando importantes pistas para a sua implementação.
Porque afinal, tendo filhos ou não, cabe a cada um de nós a função de criar uma geração mais sustentável do que a nossa!
Confinamento: Essa nova e extraordinária realidade que de repente todos conhecemos. Mas para muitos, viver confinado sempre foi, simplesmente, a realidade de todos os dias.
A Insustentabilidade de uma Nova Geração
“As crianças são o melhor do mundo…”
“As crianças são o futuro da espécie humana…”
Estas são apenas duas das expressões que frequentemente ouvimos quando se fala de crianças e não há dúvida que quaisquer pais, avós e a maioria do cidadão comum não hesitam em concordar com tais afirmações.
Mas, como em tudo na vida, existe um reverso da medalha, um lado menos luminoso e belo, subjacente a esta questão.
Acontece que se pensarmos friamente, o nascimento de uma criança representa um aumento significativo na pegada ecológica e na sustentabilidade de uma família.
Segundo um estudo publicado pelo Environmental Research Letters, ter menos um filho significaria uma redução de 58 toneladas de CO2, por cada ano de vida do pai ou mãe da criança.
Vejamos, alguns exemplos do impacto de uma criança:
Um bebé utiliza cerca de 7800 fraldas entre o seu nascimento e os dois anos de vida, que demorarão mais de 500 anos a decompor-se. E um número ainda mais significativo de toalhitas de limpeza.
As suas roupas e calçado praticamente não servem para uma estação.
Os brinquedos apropriados a cada faixa etária estão constantemente desactualizados.
Isto representa, inevitavelmente, um aumento significativo do consumo e, consequentemente, das despesas familiares.
E estamos apenas a pensar
nos primeiros anos de vida de um bebé.
À medida que crescem, as crianças estão inevitavelmente sujeitas a influências externas, seja na forma de amigos ou de publicidade.
Isto é o mesmo que dizer que estão sob a influência de modas, de marcas e as necessidades multiplicam-se.
Mas, então, como lidar com isto? Vamos deixar de ter filhos? Vamos negar-lhes o acesso ao conforto e oportunidades que muitos de nós não tivemos a possibilidade de ter?
Não necessariamente.
Embora, hoje em dia, a escolha de não ter filhos seja claramente assumida e reflectida por algumas pessoas – os denominados GINK1 (Green Inclination No Kids) – tal opção, a ser generalizada, representaria o fim das gerações futuras e, como tal, não pode ser considerada sustentável.
A adopção de um estilo de vida minimalista começa a atrair cada vez mais adeptos, mas está ainda longe de representar uma solução viável para a maioria da população.
E o que se pretende são soluções capazes de mobilizar uma franja significativa da população e que resultem a longo prazo.
Isso não é possível sem se efectuar
uma alteração consistente de mentalidades.
O que se passa é que, hoje em dia, transmitimos – de forma desconexa – aos nossos filhos, das mais variadas formas, que a sua identidade, felicidade e relações são (e devem ser!) construídas com base nas coisas, nos brinquedos, gadgets, roupas e marcas que lhes compramos.
Quando todo o ênfase devia ser colocado na sua capacidade de auto-conhecimento, de explorar o mundo, de se relacionar com outras crianças e adultos.
É uma tendência difícil de contrariar quando está por todo o lado, quando nós próprios não somos imunes às mensagens subliminares (e claras!) que são transmitidas pelos anúncios televisivos, pelas redes sociais que insistem em reforçar a ideia de que nós somos o que consumimos, que “somos amados pelo que temos”.
Por isso é tão importante que enquanto pais nos preocupemos em praticar uma parentalidade sustentável e, enquanto educadores, fomentar a educação para o Desenvolvimento Sustentável.
Somos nós os modelos
dos adultos de amanhã.
É nossa a responsabilidade de fazermos escolhas informadas e conscientes que garantam as mesmas possibilidades a todas as crianças do mundo. Hoje e no futuro.
A educação e parentalidade sustentável podem e devem ser uma realidade. É um desafio que implica mudanças em cada um de nós, nas nossas mentalidades, comportamentos e na forma como transmitimos as mensagens.
Implica um esforço de informação, presença e, talvez alguma auto-disciplina. Mas pode ser feito por cada um de nós, no dia-a-dia sem grandes constrangimentos ou limitações.
Ao longo deste novo ano, iremos explorar estas questões, reflectindo sobre as suas diferentes perspectivas e, mais importante, deixando importantes pistas para a sua implementação.
Porque afinal, tendo filhos ou não, cabe a cada um de nós a função de criar uma geração mais sustentável do que a nossa!
CONSCIÊNCIA
PARENTALIDADE
EDUCAÇÃO
Susana Machado
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