Tendo isto em conta, a sustentabilidade urbana, cada vez mais tem de ser alvo de reflexão e preocupação a nível mundial.
A problemática das cidades e do desenvolvimento sustentável andaram sempre associadas. Aliás, foram os problemas decorrentes do processo maciço de urbanização no séc. XIX que impulsionaram o debate sobre a sustentabilidade.
Ainda assim, continua a ser uma discussão polémica. Alguns autores defendem a incompatibilidade entre cidade e sustentabilidade, devido à pressão excessiva que esta exerce sobre o ambiente. Por outro lado, outros sustentam que é precisamente esse o principal argumento que justifica a necessidade de tal reflexão. Para além de advogarem que as cidades são um veículo privilegiado para atingir o desenvolvimento sustentável… Não existe consenso.
O que é certo é que a cidade é um organismo dinâmico e em permanente mudança. Pode ser encarada como um sistema complexo organizado por trocas com o seu exterior.
Tem de importar aquilo de que necessita (matérias-primas, produtos alimentares…) e exportar o que não lhe faz falta (produtos manufacturados, resíduos…), de modo a conseguir manter o seu equilíbrio.
E este volume de trocas (e consequente impacto ecológico) é inevitavelmente condicionado pelos modos de vida e produção que a cidade adopta.
Isto significa que a cidade é o reflexo das pessoas que nela existem.
Uma cidade que pretenda ser sustentável terá de assumir os princípios do desenvolvimento sustentável. Isto é, garantir o bem-estar dos seus habitantes, sem pôr em causa a igualdade de direitos das gerações futuras. Bem como daqueles que, não habitando a cidade, poderão sofrer pelos impactos da exploração de recursos e deposição de desperdícios. Pois é sabido que estes impactos ultrapassam invariavelmente os limites urbanos.
Mas então, que características devem ter as cidades sustentáveis para garantir esse bem-estar?
Naturalmente, existem múltiplas opções, que poderão fazer mais ou menos sentido, consoante a perspectiva de análise. No sentido de fomentar a reflexão, lançamos algumas pistas sobre o que uma cidade sustentável deve ser:
1 | Ecológica
Exercendo menor pressão sobre o meio ambiente e os seus recursos, seja pela menor necessidade de deslocações motorizadas ou menor consumo de espaço para construção.
2 | Justa
Ao assegurar a igualdade de oportunidades da sua população, quer a nível económico, social e ambiental.
3 | Segura
Integradora e inclusiva das diferentes realidades que o seu espaço comporta.
4 | Relacional/ Vivencial
Na medida em que reforça as interacções sociais dos seus habitantes. Para tal terá de garantir a existência de espaços físicos onde seja possível concretizar a interacção e o convívio.
5 | Amigável
As relações da cidade não se devem esgotar no seu interior, pelo que é ainda essencial acautelar boas ligações a outras cidades, para garantir também o sucesso das relações económicas.
6 | Bonita
Com espaços de qualidade, criativos, com um sentido estético e design agradáveis. Como os próprios edifícios aliás! A beleza e criatividade da cidade aumentam a qualidade de vida daqueles que nela habitam e circulam diariamente. Inspiram sensações positivas nas pessoas e exacerbam o seu sentimento de pertença e orgulho pelo espaço habitado.
7 | Diversificada
A nível cultural, social e económico, garantindo a multiplicidade social nos bairros urbanos (evitando a segregação social) e a diversificação de funções económicas.
8 | Respeitadora
Sendo capaz de respeitar as diferenças da sua população, certificando a presença de espaços que satisfaçam as necessidades de todos.
9 | Participativa
A cidade é construída pelo Homem, para o Homem. Deve lucrar com a existência de uma gestão e responsabilidade partilhadas por diferentes actores, instituições e níveis de decisão. Estes devem estar devidamente coordenados entre si, para constituir uma comunidade pró-activa, capaz de modificar e melhorar o espaço e a qualidade de vida.
10 | Equilibrada
Conjugando de uma forma ponderada as suas características. Para que estas coexistam de uma forma equilibrada, sem haver uma sobreposição alarmante de umas em relação às outras, numa perspectiva temporal alargada.
No fundo, podemos concluir que a cidade deve ser inteligente, um pouco na lógica defendida pelas teorias do Smart Grow. Pensada, reflectida!
Planeada numa lógica de longo prazo, de modo a ser capaz de identificar oportunidades e limitações.
Mas também de tomar decisões responsáveis que maximizem os seus pontos fortes e minimizem os problemas e as dificuldades.
E isso deve ser um esforço conjunto. Longe de pensarmos que ‘Cidade’ é uma entidade legal e institucional, é necessário que participemos nela. Que enquanto cidadãos nos apropriemos do espaço, mas também da responsabilidade de o viver de uma forma mais sustentável.
O que Todas as Cidades Sustentáveis Devem Ter
De acordo com as Nações Unidas, mais de metade da população mundial vive em áreas urbanas. São das principais consumidoras de recursos, geradoras de desperdícios e poluição, nomeadamente através da grande quantidade de gases com efeito de estufa que libertam para a atmosfera.
Tendo isto em conta, a sustentabilidade urbana, cada vez mais tem de ser alvo de reflexão e preocupação a nível mundial.
A problemática das cidades e do desenvolvimento sustentável andaram sempre associadas. Aliás, foram os problemas decorrentes do processo maciço de urbanização no séc. XIX que impulsionaram o debate sobre a sustentabilidade.
Ainda assim, continua a ser uma discussão polémica. Alguns autores defendem a incompatibilidade entre cidade e sustentabilidade, devido à pressão excessiva que esta exerce sobre o ambiente. Por outro lado, outros sustentam que é precisamente esse o principal argumento que justifica a necessidade de tal reflexão. Para além de advogarem que as cidades são um veículo privilegiado para atingir o desenvolvimento sustentável… Não existe consenso.
O que é certo é que a cidade é um organismo dinâmico e em permanente mudança. Pode ser encarada como um sistema complexo organizado por trocas com o seu exterior.
Tem de importar aquilo de que necessita (matérias-primas, produtos alimentares…) e exportar o que não lhe faz falta (produtos manufacturados, resíduos…), de modo a conseguir manter o seu equilíbrio.
E este volume de trocas (e consequente impacto ecológico) é inevitavelmente condicionado pelos modos de vida e produção que a cidade adopta.
Isto significa que a cidade é o reflexo das pessoas que nela existem.
Uma cidade que pretenda ser sustentável terá de assumir os princípios do desenvolvimento sustentável. Isto é, garantir o bem-estar dos seus habitantes, sem pôr em causa a igualdade de direitos das gerações futuras. Bem como daqueles que, não habitando a cidade, poderão sofrer pelos impactos da exploração de recursos e deposição de desperdícios. Pois é sabido que estes impactos ultrapassam invariavelmente os limites urbanos.
Mas então, que características devem ter as cidades sustentáveis para garantir esse bem-estar?
Naturalmente, existem múltiplas opções, que poderão fazer mais ou menos sentido, consoante a perspectiva de análise. No sentido de fomentar a reflexão, lançamos algumas pistas sobre o que uma cidade sustentável deve ser:
1 | Ecológica
Exercendo menor pressão sobre o meio ambiente e os seus recursos, seja pela menor necessidade de deslocações motorizadas ou menor consumo de espaço para construção.
2 | Justa
Ao assegurar a igualdade de oportunidades da sua população, quer a nível económico, social e ambiental.
3 | Segura
Integradora e inclusiva das diferentes realidades que o seu espaço comporta.
4 | Relacional/ Vivencial
Na medida em que reforça as interacções sociais dos seus habitantes. Para tal terá de garantir a existência de espaços físicos onde seja possível concretizar a interacção e o convívio.
5 | Amigável
As relações da cidade não se devem esgotar no seu interior, pelo que é ainda essencial acautelar boas ligações a outras cidades, para garantir também o sucesso das relações económicas.
6 | Bonita
Com espaços de qualidade, criativos, com um sentido estético e design agradáveis. Como os próprios edifícios aliás! A beleza e criatividade da cidade aumentam a qualidade de vida daqueles que nela habitam e circulam diariamente. Inspiram sensações positivas nas pessoas e exacerbam o seu sentimento de pertença e orgulho pelo espaço habitado.
7 | Diversificada
A nível cultural, social e económico, garantindo a multiplicidade social nos bairros urbanos (evitando a segregação social) e a diversificação de funções económicas.
8 | Respeitadora
Sendo capaz de respeitar as diferenças da sua população, certificando a presença de espaços que satisfaçam as necessidades de todos.
9 | Participativa
A cidade é construída pelo Homem, para o Homem. Deve lucrar com a existência de uma gestão e responsabilidade partilhadas por diferentes actores, instituições e níveis de decisão. Estes devem estar devidamente coordenados entre si, para constituir uma comunidade pró-activa, capaz de modificar e melhorar o espaço e a qualidade de vida.
10 | Equilibrada
Conjugando de uma forma ponderada as suas características. Para que estas coexistam de uma forma equilibrada, sem haver uma sobreposição alarmante de umas em relação às outras, numa perspectiva temporal alargada.
No fundo, podemos concluir que a cidade deve ser inteligente, um pouco na lógica defendida pelas teorias do Smart Grow. Pensada, reflectida!
Planeada numa lógica de longo prazo, de modo a ser capaz de identificar oportunidades e limitações.
Mas também de tomar decisões responsáveis que maximizem os seus pontos fortes e minimizem os problemas e as dificuldades.
E isso deve ser um esforço conjunto. Longe de pensarmos que ‘Cidade’ é uma entidade legal e institucional, é necessário que participemos nela. Que enquanto cidadãos nos apropriemos do espaço, mas também da responsabilidade de o viver de uma forma mais sustentável.
ECOLÓGICA
INCLUSIVA
SEGURA
Susana Machado
Related Posts
12 Sugestões para uma Educação Sustentável
A educação é a ferramenta mais eficaz para o empoderamento pessoal e colectivo e um meio fundamental de mudança e desenvolvimento.
Os Livros que Mudam Vidas | Sugestões de Abril
Porque é nos livros que nos encontramos e nos perdemos, sonhamos e renascemos. E quem melhor para nos dar a ler?
3 Passos para uma Vida mais Consciente
Quando observamos a natureza percebemos que todas as coisas estão interligadas. Na vida também. Esta consciência pode mudar tudo!