O Zacarias chegou à Quinta no pico do verão de 2018.
O seu pequeno e desajeitado corpo era oferta de um sorteio de rifas, e alguém o ganhou. Alguém ganhou um borrego num sorteio e ao reclamá-lo, o mesmo seria então preparado para consumo, saindo do recinto um corpo já sem vida, ainda não um Zacarias, mas apenas mais um borrego.
Quem o ganhou, viu um rasgo do Zacarias no olhar do borrego, e decidiu que não poderia levá-lo sem vida, que iria sim encontrar-lhe um lar, para que pudesse deixar de ser borrego, para que crescesse e fosse cordeiro e carneiro, e quem sabe algo mais.
Devido ao seu estado fragilizado, não pôde ser colocado junto do rebanho que habita na Quinta, habituando-se desde cedo à companhia humana e criando uma ligação forte com a Ivone, seguindo-a religiosamente nas suas idas à horta, e insistindo em entrar em casa, qual gato ou cão de pêlo macio e encaracolado e andar desarranjado.
Quinta das Águias
A passo lento e trapalhão, o Zitomou conta de tudo e de todos na Quinta, fazendo agora parte da casa, da matilha, da colónia, do bando de pavões, acompanhando as galinhas, os patos e os gansos nos seus passeios, estacionando à porta da Bolota e Companhia apenas para pensar na vida, trocando carinhos vários com o Artax e o Silver e, acima de tudo, recebendo uma dose diária de mimos obscena, por parte de todos os que habitam e dos que visitam a Quinta.
O Zacarias é mimado, muito mimado. Se não o deixamos entrar em casa para estar no colo de alguém a receber carícias, fica a olhar-nos através das portas vidradas e sabemos que nos julga.
Se decidirmos fazer uma caminhada nos terrenos da Quinta porque queremos estar sozinhos a reflectir no mistério da vida, na condição humana, ou simplesmente a fazermos a lista de compras mental, é muito provável que olhemos para trás e demos por nós acompanhados pelo Zi, que a uma distância respeitosa nos segue, fazendo questão que saibamos que não estamos sozinhos.
Quinta das Águias
Acariciar o Zacarias e vê-lo ruminar com os olhos fechados sem uma única preocupação no mundo, é sentir que a beleza da vida é infindável, e que no meio de todas as preocupações e problemas, da azáfama diária, entre a espuma dos dias, é possível parar, fechar os olhos e, não sendo ruminantes, só respirar.
É a actividade mais relaxante de toda a experiência que se vive na Quinta, e a mais concorrida.
Graças ao Zacarias, já muitos visitantes juraram não mais comer borrego. Já muitos se sensibilizaram para uma existência mais consciente e compassiva. Porquê?
O que é que o Zacarias
tem de especial?
Nada, na verdade. É, tal como todos os animais, um ser senciente, dotado de sensibilidade e inteligência, um ser complexo que sente dor, prazer, medo e alegria, um indivíduo.
O Zacarias não é um borrego. Não é sequer um cordeiro ou um carneiro. Porque passou o portão da Quinta das Águias, o Zacarias é agora todos os borregos, todos os cordeiros e todos os carneiros.
A liberdade de poder expressar a sua individualidade (e peculiaridade), tornam o Zacarias num símbolo da sua espécie, que nos faz enfrentar e reconhecer aquilo que cá dentro já sabemos:
Os animais, tal como nós, fazem parte de um colectivo, mas são indivíduos e têm personalidades.
A Quinta das Águias é um projecto de sustentabilidade. Uma organização sem fim lucrativos. Um santuário e refúgio para animais em necessidade. Um santuário para flora selvagem, promovendo a biodiversidade. Uma quinta biológica e um projecto agro-florestal auto-sustentável.
O Poder da Individualidade
O Zacarias chegou à Quinta no pico do verão de 2018.
O seu pequeno e desajeitado corpo era oferta de um sorteio de rifas, e alguém o ganhou. Alguém ganhou um borrego num sorteio e ao reclamá-lo, o mesmo seria então preparado para consumo, saindo do recinto um corpo já sem vida, ainda não um Zacarias, mas apenas mais um borrego.
Quem o ganhou, viu um rasgo do Zacarias no olhar do borrego, e decidiu que não poderia levá-lo sem vida, que iria sim encontrar-lhe um lar, para que pudesse deixar de ser borrego, para que crescesse e fosse cordeiro e carneiro, e quem sabe algo mais.
Do portão da Quinta das Águias
para dentro, já não havia mais borrego.
Havia só o Zacarias.
Devido ao seu estado fragilizado, não pôde ser colocado junto do rebanho que habita na Quinta, habituando-se desde cedo à companhia humana e criando uma ligação forte com a Ivone, seguindo-a religiosamente nas suas idas à horta, e insistindo em entrar em casa, qual gato ou cão de pêlo macio e encaracolado e andar desarranjado.
Quinta das Águias
A passo lento e trapalhão, o Zi tomou conta de tudo e de todos na Quinta, fazendo agora parte da casa, da matilha, da colónia, do bando de pavões, acompanhando as galinhas, os patos e os gansos nos seus passeios, estacionando à porta da Bolota e Companhia apenas para pensar na vida, trocando carinhos vários com o Artax e o Silver e, acima de tudo, recebendo uma dose diária de mimos obscena, por parte de todos os que habitam e dos que visitam a Quinta.
O Zacarias é mimado, muito mimado. Se não o deixamos entrar em casa para estar no colo de alguém a receber carícias, fica a olhar-nos através das portas vidradas e sabemos que nos julga.
Se decidirmos fazer uma caminhada nos terrenos da Quinta porque queremos estar sozinhos a reflectir no mistério da vida, na condição humana, ou simplesmente a fazermos a lista de compras mental, é muito provável que olhemos para trás e demos por nós acompanhados pelo Zi, que a uma distância respeitosa nos segue, fazendo questão que saibamos que não estamos sozinhos.
Quinta das Águias
Acariciar o Zacarias e vê-lo ruminar com os olhos fechados sem uma única preocupação no mundo, é sentir que a beleza da vida é infindável, e que no meio de todas as preocupações e problemas, da azáfama diária, entre a espuma dos dias, é possível parar, fechar os olhos e, não sendo ruminantes, só respirar.
É a actividade mais relaxante de toda a experiência que se vive na Quinta, e a mais concorrida.
Graças ao Zacarias, já muitos visitantes juraram não mais comer borrego. Já muitos se sensibilizaram para uma existência mais consciente e compassiva. Porquê?
O que é que o Zacarias
tem de especial?
Nada, na verdade. É, tal como todos os animais, um ser senciente, dotado de sensibilidade e inteligência, um ser complexo que sente dor, prazer, medo e alegria, um indivíduo.
O Zacarias não é um borrego. Não é sequer um cordeiro ou um carneiro. Porque passou o portão da Quinta das Águias, o Zacarias é agora todos os borregos, todos os cordeiros e todos os carneiros.
A liberdade de poder expressar a sua individualidade (e peculiaridade), tornam o Zacarias num símbolo da sua espécie, que nos faz enfrentar e reconhecer aquilo que cá dentro já sabemos:
Os animais, tal como nós, fazem parte de um colectivo, mas são indivíduos e têm personalidades.
Cada um deles é único e insubstituível.
CONSCIÊNCIA
COMPAIXÃO
EMPATIA
Quinta das Águias
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