Nunca antes se ouviu falar tanto em Redes Sociais como na actualidade. Quando pensamos nelas, imediatamente nos surgem na mente termos como Facebook, Instagram, Pinterest, ou outra semelhante.
É precisamente das ligações entre pessoas que vos quero falar neste artigo. Contudo, aquilo que quero tratar é daquelas estruturas sociais que se relacionam entre si presencialmente, compostas por pessoas de carne e osso. E não das Redes Sociais Online.
Não faz sentido falar ou pensar em sustentabilidade, sem considerar a sua Dimensão Social. Pensemos no crescendo de desigualdades que se assistem entre regiões do mundo, classes sociais e entre géneros, por exemplo… Percebemos imediatamente a pertinência deste pilar.
Relembremos também que Desenvolvimento Sustentável tem por base o desafio de responder às necessidades das gerações presentes, sem questionar as das gerações futuras. Ou seja, é um conceito que tem por base as pessoas e as suas necessidades.
Necessidades essas que diferem de pessoa para pessoa, de comunidade para comunidade, de sociedade para sociedade. Tendo por base o sistema cultural e político, a herança cultural e a realidade pessoal de cada indivíduo.
Ao abordar realidades tão distintas e de questões com elevado nível de subjectividade, torna-se muito complexo trabalhar esta dimensão. E ambicioso! Contudo, um desafio necessário, que terá, inevitavelmente, de partir da consciência e acção individual de cada um de nós.
E é aqui que as relações e vínculos entre as pessoas se tornam fundamentais. Pois, “Se nós conseguíssemos pensar de forma local, conseguíamos tomar conta das coisas, muito melhor do que aquilo que fazemos. As perguntas e respostas certas a nível local, também estarão certas a nível global. A questão que os Amish colocam – O que é que isto fará pela sua comunidade? – será provavelmente a resposta correcta para o mundo.”*
Mas, questione-se: Num mundo cada vez mais digital, em que as distâncias facilmente se vencem e pouco importam, até que ponto conhece a sua comunidade? E de que forma se relaciona com ela?
Com a quantidade de informação a que acedemos diariamente, é natural que não pensemos na quantidade de pessoas com quem nos cruzamos e que, de uma forma ou outra intervêm na nossa vida. Mas são certamente muitas… Que valor lhes damos? Que importância têm as suas acções?
Lanço-lhe agora um desafio:
Responda às 3 questões que são apresentadas em seguida. Com base nas respostas faça uma pequena reflexão sobre o estado das suas Redes Sociais.
1 | Quando foi a última vez que falou com o seu carteiro ou a pessoa que limpa a sua rua? Quais os seus nomes?
2 | Quantas pessoas conhece pessoalmente, que vivam num raio de 500 metros de sua casa?
3 | Qual foi a última vez que pediu alguma coisa emprestada a um vizinho? E o que era?
A que conclusões chegou?
Quero acreditar que existam (muitas) excepções, mas não me surpreenderia se a maioria das pessoas não soubesse responder a estas questões…
Temos tendência a viver cada vez mais isolados no meio da multidão. A privilegiar as relações virtuais face às reais. E o resultado disso coloca-nos num caminho que não tem nada de sustentável. Sociedades cada vez mais desconexas, desestruturadas e sem identidade comum.
Há muito que perdemos o sentido de comunidade e tudo de bom o que isso implica.
Abandonámos, quase radicalmente, toda a herança cultural que durante séculos e séculos foi transmitida, de geração em geração. A globalização da sociedade trouxe até nós todo o conhecimento do mundo, à simples distância de um clique. Mas, pelo caminho, perdemos toda a sabedoria ancestral dos nossos antepassados.
Felizmente que começa a despontar, na maioria das pessoas, a consciência de que é necessário inverter esse caminho. São já muitos os exemplos de comunidades que se organizam em torno desses valores esquecidos. Muitos os que procuram reavivar e preservar as tradições, rituais e os ofícios. E com sucesso.
E ainda bem! Pois só poderemos olhar o futuro com os olhos postos nos exemplos do passado. Com a humildade de saber aprender com a experiência que nos foi deixada.
Porque os conteúdos das Redes Sociais Virtuais podem parecer efémeros no meio de tanta informação. Mas as relações que construímos, dia a dia, com os nossos pares deixam-nos marcas que são para sempre.
3 Questões que o farão repensar as suas Redes Sociais
Nunca antes se ouviu falar tanto em Redes Sociais como na actualidade. Quando pensamos nelas, imediatamente nos surgem na mente termos como Facebook, Instagram, Pinterest, ou outra semelhante.
Se procurarmos a definição numa pesquisa rápida, num qualquer motor de busca, iremos deparar-nos com vários resultados como o seguinte: “O termo Rede Social é uma aplicação da web cuja finalidade é relacionar as pessoas. Assim, as pessoas que integram uma rede social podem conectar-se entre si e criar vínculos.”
É precisamente das ligações entre pessoas que vos quero falar neste artigo. Contudo, aquilo que quero tratar é daquelas estruturas sociais que se relacionam entre si presencialmente, compostas por pessoas de carne e osso. E não das Redes Sociais Online.
Não faz sentido falar ou pensar em sustentabilidade, sem considerar a sua Dimensão Social. Pensemos no crescendo de desigualdades que se assistem entre regiões do mundo, classes sociais e entre géneros, por exemplo… Percebemos imediatamente a pertinência deste pilar.
Relembremos também que Desenvolvimento Sustentável tem por base o desafio de responder às necessidades das gerações presentes, sem questionar as das gerações futuras. Ou seja, é um conceito que tem por base as pessoas e as suas necessidades.
Necessidades essas que diferem de pessoa para pessoa, de comunidade para comunidade, de sociedade para sociedade. Tendo por base o sistema cultural e político, a herança cultural e a realidade pessoal de cada indivíduo.
Ao abordar realidades tão distintas e de questões com elevado nível de subjectividade, torna-se muito complexo trabalhar esta dimensão. E ambicioso! Contudo, um desafio necessário, que terá, inevitavelmente, de partir da consciência e acção individual de cada um de nós.
E é aqui que as relações e vínculos entre as pessoas se tornam fundamentais. Pois, “Se nós conseguíssemos pensar de forma local, conseguíamos tomar conta das coisas, muito melhor do que aquilo que fazemos. As perguntas e respostas certas a nível local, também estarão certas a nível global. A questão que os Amish colocam – O que é que isto fará pela sua comunidade? – será provavelmente a resposta correcta para o mundo.”*
Mas, questione-se: Num mundo cada vez mais digital, em que as distâncias facilmente se vencem e pouco importam, até que ponto conhece a sua comunidade? E de que forma se relaciona com ela?
Com a quantidade de informação a que acedemos diariamente, é natural que não pensemos na quantidade de pessoas com quem nos cruzamos e que, de uma forma ou outra intervêm na nossa vida. Mas são certamente muitas… Que valor lhes damos? Que importância têm as suas acções?
Lanço-lhe agora um desafio:
Responda às 3 questões que são apresentadas em seguida. Com base nas respostas faça uma pequena reflexão sobre o estado das suas Redes Sociais.
1 | Quando foi a última vez que falou com o seu carteiro ou a pessoa que limpa a sua rua? Quais os seus nomes?
2 | Quantas pessoas conhece pessoalmente, que vivam num raio de 500 metros de sua casa?
3 | Qual foi a última vez que pediu alguma coisa emprestada a um vizinho? E o que era?
A que conclusões chegou?
Quero acreditar que existam (muitas) excepções, mas não me surpreenderia se a maioria das pessoas não soubesse responder a estas questões…
Temos tendência a viver cada vez mais isolados no meio da multidão. A privilegiar as relações virtuais face às reais. E o resultado disso coloca-nos num caminho que não tem nada de sustentável. Sociedades cada vez mais desconexas, desestruturadas e sem identidade comum.
Há muito que perdemos o sentido de comunidade e tudo de bom o que isso implica.
Abandonámos, quase radicalmente, toda a herança cultural que durante séculos e séculos foi transmitida, de geração em geração. A globalização da sociedade trouxe até nós todo o conhecimento do mundo, à simples distância de um clique. Mas, pelo caminho, perdemos toda a sabedoria ancestral dos nossos antepassados.
Felizmente que começa a despontar, na maioria das pessoas, a consciência de que é necessário inverter esse caminho. São já muitos os exemplos de comunidades que se organizam em torno desses valores esquecidos. Muitos os que procuram reavivar e preservar as tradições, rituais e os ofícios. E com sucesso.
E ainda bem! Pois só poderemos olhar o futuro com os olhos postos nos exemplos do passado. Com a humildade de saber aprender com a experiência que nos foi deixada.
Porque os conteúdos das Redes Sociais Virtuais podem parecer efémeros no meio de tanta informação. Mas as relações que construímos, dia a dia, com os nossos pares deixam-nos marcas que são para sempre.
* Wendell Berry, Agricultor e Ensaísta Americano
COMUNIDADE
PROXIMIDADE
IMPACTO
Susana Machado
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