Neste mês de estreia começo por me apresentar: Sou a Iara, sou nutricionista e Mãe do Diogo – mas também um bocadinho da Pepper, a minha cadela labrador.
Ao contrário do que se possa pensar, ser nutricionista nunca foi uma profissão. É a minha vocação e a minha forma de estar, de ser e me relacionar com os outros e com o mundo. Sinto-me uma privilegiada por ter a oportunidade de participar activamente na mudança de tantas vidas e tenho a bênção enorme de poder experienciar o efeito positivo do meu trabalho nessa mudança.
Costumo dizer que fui escolhida. Desde cedo que vi à minha volta o impacto que uma má relação com a comida pode trazer à vida das pessoas. Vivi as inseguranças próprias da adolescência mas presenciei as consequências da transformação dessas inseguranças em distúrbios graves que afectaram pessoas à minha volta e a minha própria vida.
Percebi desde cedo que, para nos sentirmos bem e felizes,
temos que estar em paz com o nosso corpo
e que ele tem necessidades especiais.
Por estes motivos, foi totalmente natural deixar a minha vida Lisboeta para trás e rumar para o Porto para estudar Ciências da Nutrição e Alimentação na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.
Regressei a casa para realizar o mestrado na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Mais tarde especializei-me em Medicina Ortomolecular e Biorressonância pela Fundação Universitária Ibero-Americana.
Depois concluir a minha formação, continuei a estudar, ler e pesquisar porque queria saber sempre mais e mais.
Sofria há muitos anos de acne e obstipação e os médicos aconselhavam a tratar com uso de medicação mas, não obtendo grandes efeitos, decidi fazer algumas experiências comigo própria.
Excluí o glúten e a lactose, passei a incluir novos alimentos, que me davam prazer comer e me saciavam, e percebi que de facto “somos aquilo que comemos”: o acne e a obstipação desapareceram.
Com a experiência que vivi no Hospital de Santa Maria, percebi que corpo e mente estão profundamente interligados.
Aprendi que parte do segredo passa por ouvir as pessoas – mas ouvi-las mesmo – e acompanha-las tanto na mudança, ao desenvolver planos personalizados que vão de encontro aos seus gostos e aos seus estilos de vida, como também na tomada de consciência das suas próprias situações.
Juntei o meu gosto desde infância pela cozinha, e por criar novas receitas, à nutrição e, conjuntamente com os planos, demonstro às pessoas que é possível comer duplamente bem: bem porque é saudável e bem porque as receitas podem ser maravilhosas e deixar-nos saciados e satisfeitos.
Fui recentemente Mãe e estou neste momento a escrever-vos do meio desta experiência maravilhosa que é a maternidade. Também nesta fase tem sido muito importante aprofundar o meu conhecimento na alimentação tanto das recentes Mães, como das que o irão ser e dos seus bebés.
Na primeira vez que visitei Itália fiquei, como quase toda a gente, fascinada com a beleza da arquitectura mas também com a gastronomia.
Arrisco dizer que tudo o que me puseram à mesa era maravilhoso mas o que de facto me surpreendeu foi a simplicidade das receitas.
Se em Portugal quando visitava um restaurante italiano e lia, nos menus, a descrição dos ingredientes de uma pizza e eram sempre muitos os elementos que tinham, em Itália as pizzas, além de absolutamente deliciosas, eram muito simples – e até minimalistas – contendo apenas dois ou três ingredientes.
Rapidamente me apercebi que as receitas que muitas vezes fazemos de uma pizza provavelmente estão mais “americanizadas” e são meras adaptações das verdadeiras receitas italianas. Depois de provar uma pizza em Itália dei todo um novo significado à máxima “less is more” – e de facto é!
Leonardo Da Vinci dizia também que “a simplicidade é o cúmulo da sofisticação” e hoje isso está a tornar-se uma tendência e uma corrente que se reflecte em todo os sectores, industrias e modus vivendipelo mundo fora.
A alimentação não é excepção.
Não falo apenas de pratos bonitos e com um stylist minimalista mas antes da própria confecção e escolha de ingredientes.
Uma forma muito eficaz para simplificarmos e, ao mesmo tempo, enriquecermos a nossa alimentação com aquilo que mais nos faz falta e precisamos é aprender a ler e a compreender a natureza.
Querem saber como?
Etimologicamente a palavra sazonal vem do latim satio – derivado do verbo serere – que significa o “tempo certo para plantar ou semear”.
Victor Hugo dizia, tal como o verbo latino, que “nada é tão poderoso como uma ideia cujo tempo chegou” dando enfoque à importância do período de tempo e do contexto para o sucesso.
Também alguns ditados e dizeres tradicionais apoiam esta ideia de que “tudo tem o seu tempo” ou de que “as coisas acontecem por um motivo” e “são como têm que ser”.
Não se trata de conformismo ou resignação mas antes de sermos atentos aos sinais e oportunidades que o contexto e a temporalidade nos dão.
Nada é mais bem pensado que a Natureza e, por vezes, tendemos a esquecer-nos disso.
Já pensaram por que motivo nos referimos a frutas e legumes “da época”?
Intuitivamente todos sabemos a resposta, já que eles nascem predominantemente em determinada estação… Mas já se perguntaram porquê?
A resposta é simples e acarreta em si a verdadeira magia da simplicidade do contexto: a Natureza oferece-nos em cada estação aquilo que o nosso corpo realmente precisa para estar bem e saudável naquele momento.
As frutas e os legumes são alimentos muito ricos em água, fibras, vitaminas, carotenos e antioxidantes. Variar o seu consumo é fundamental e, a partir deste mês, deixo-vos o desafio de passarem a confiar na época para receberem aquilo que mais precisam.
Além disso, lembrem-se que, tendo em conta que se tratam de alimentos de época e, por isso, que existem em maior quantidade, se tornam também mais económicos.
Nesta estação Outonal optem por frutos secos como nozes, amêndoas, castanhas e avelãs.
Privilegiem frutas como romã, ameixa, tangerina, maçã, pêra, dióspiro, laranja, limão, banana, pêssego, kiwi, uvas e ananás.
Quanto aos legumes dêem preferência a abóbora, acelga, agrião, aipo, alface, canónigos, alho francês, batata, beringela, beldroegas, beterraba, brócolos, cebola, cenoura, chicória, couve de Bruxelas, couve lombarda, couve portuguesa, courgette, endívia, espinafre, feijão verde, funcho, grelos, milho doce, nabiça, nabo, pepino, rabanete, rabano, repolho e rúcula.
Descubram receitas simples, sem técnicas muito elaboradas de confecção e construam pratos naturais com os alimentos que a natureza nos oferece para esta época. Aceitam o desafio?
Mestre em Nutrição, especializada em Medicina Ortomolecular e Biorresonância. Fundadora da Clínica Iara Rodrigues e do Projecto Iara Kitchen. Autora dos livros “A Dieta Simples”, “Dieta 1,2,3” e “Emagreça Sem Fome”.
Nutrição de Outono Minimalista e Sazonal
Olá a todos!
Neste mês de estreia começo por me apresentar: Sou a Iara, sou nutricionista e Mãe do Diogo – mas também um bocadinho da Pepper, a minha cadela labrador.
Ao contrário do que se possa pensar, ser nutricionista nunca foi uma profissão. É a minha vocação e a minha forma de estar, de ser e me relacionar com os outros e com o mundo. Sinto-me uma privilegiada por ter a oportunidade de participar activamente na mudança de tantas vidas e tenho a bênção enorme de poder experienciar o efeito positivo do meu trabalho nessa mudança.
Costumo dizer que fui escolhida. Desde cedo que vi à minha volta o impacto que uma má relação com a comida pode trazer à vida das pessoas. Vivi as inseguranças próprias da adolescência mas presenciei as consequências da transformação dessas inseguranças em distúrbios graves que afectaram pessoas à minha volta e a minha própria vida.
Percebi desde cedo que, para nos sentirmos bem e felizes,
temos que estar em paz com o nosso corpo
e que ele tem necessidades especiais.
Por estes motivos, foi totalmente natural deixar a minha vida Lisboeta para trás e rumar para o Porto para estudar Ciências da Nutrição e Alimentação na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.
Regressei a casa para realizar o mestrado na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Mais tarde especializei-me em Medicina Ortomolecular e Biorressonância pela Fundação Universitária Ibero-Americana.
Depois concluir a minha formação, continuei a estudar, ler e pesquisar porque queria saber sempre mais e mais.
Sofria há muitos anos de acne e obstipação e os médicos aconselhavam a tratar com uso de medicação mas, não obtendo grandes efeitos, decidi fazer algumas experiências comigo própria.
Excluí o glúten e a lactose, passei a incluir novos alimentos, que me davam prazer comer e me saciavam, e percebi que de facto “somos aquilo que comemos”: o acne e a obstipação desapareceram.
Com a experiência que vivi no Hospital de Santa Maria, percebi que corpo e mente estão profundamente interligados.
Aprendi que parte do segredo passa por ouvir as pessoas – mas ouvi-las mesmo – e acompanha-las tanto na mudança, ao desenvolver planos personalizados que vão de encontro aos seus gostos e aos seus estilos de vida, como também na tomada de consciência das suas próprias situações.
Juntei o meu gosto desde infância pela cozinha, e por criar novas receitas, à nutrição e, conjuntamente com os planos, demonstro às pessoas que é possível comer duplamente bem: bem porque é saudável e bem porque as receitas podem ser maravilhosas e deixar-nos saciados e satisfeitos.
Fui recentemente Mãe e estou neste momento a escrever-vos do meio desta experiência maravilhosa que é a maternidade. Também nesta fase tem sido muito importante aprofundar o meu conhecimento na alimentação tanto das recentes Mães, como das que o irão ser e dos seus bebés.
Neste mês de estreia na The Minimal Magazine, partilho convosco uma reflexão que tem muito a ver com o título desta publicação.
Na primeira vez que visitei Itália fiquei, como quase toda a gente, fascinada com a beleza da arquitectura mas também com a gastronomia.
Arrisco dizer que tudo o que me puseram à mesa era maravilhoso mas o que de facto me surpreendeu foi a simplicidade das receitas.
Se em Portugal quando visitava um restaurante italiano e lia, nos menus, a descrição dos ingredientes de uma pizza e eram sempre muitos os elementos que tinham, em Itália as pizzas, além de absolutamente deliciosas, eram muito simples – e até minimalistas – contendo apenas dois ou três ingredientes.
Rapidamente me apercebi que as receitas que muitas vezes fazemos de uma pizza provavelmente estão mais “americanizadas” e são meras adaptações das verdadeiras receitas italianas. Depois de provar uma pizza em Itália dei todo um novo significado à máxima “less is more” – e de facto é!
Leonardo Da Vinci dizia também que “a simplicidade é o cúmulo da sofisticação” e hoje isso está a tornar-se uma tendência e uma corrente que se reflecte em todo os sectores, industrias e modus vivendi pelo mundo fora.
A alimentação não é excepção.
Não falo apenas de pratos bonitos e com um stylist minimalista mas antes da própria confecção e escolha de ingredientes.
Uma forma muito eficaz para simplificarmos e, ao mesmo tempo, enriquecermos a nossa alimentação com aquilo que mais nos faz falta e precisamos é aprender a ler e a compreender a natureza.
Querem saber como?
Etimologicamente a palavra sazonal vem do latim satio – derivado do verbo serere – que significa o “tempo certo para plantar ou semear”.
Victor Hugo dizia, tal como o verbo latino, que “nada é tão poderoso como uma ideia cujo tempo chegou” dando enfoque à importância do período de tempo e do contexto para o sucesso.
Também alguns ditados e dizeres tradicionais apoiam esta ideia de que “tudo tem o seu tempo” ou de que “as coisas acontecem por um motivo” e “são como têm que ser”.
Não se trata de conformismo ou resignação mas antes de sermos atentos aos sinais e oportunidades que o contexto e a temporalidade nos dão.
Nada é mais bem pensado que a Natureza e, por vezes, tendemos a esquecer-nos disso.
Já pensaram por que motivo nos referimos a frutas e legumes “da época”?
Intuitivamente todos sabemos a resposta, já que eles nascem predominantemente em determinada estação… Mas já se perguntaram porquê?
A resposta é simples e acarreta em si a verdadeira magia da simplicidade do contexto: a Natureza oferece-nos em cada estação aquilo que o nosso corpo realmente precisa para estar bem e saudável naquele momento.
As frutas e os legumes são alimentos muito ricos em água, fibras, vitaminas, carotenos e antioxidantes. Variar o seu consumo é fundamental e, a partir deste mês, deixo-vos o desafio de passarem a confiar na época para receberem aquilo que mais precisam.
Além disso, lembrem-se que, tendo em conta que se tratam de alimentos de época e, por isso, que existem em maior quantidade, se tornam também mais económicos.
Nesta estação Outonal optem por frutos secos como nozes, amêndoas, castanhas e avelãs.
Privilegiem frutas como romã, ameixa, tangerina, maçã, pêra, dióspiro, laranja, limão, banana, pêssego, kiwi, uvas e ananás.
Quanto aos legumes dêem preferência a abóbora, acelga, agrião, aipo, alface, canónigos, alho francês, batata, beringela, beldroegas, beterraba, brócolos, cebola, cenoura, chicória, couve de Bruxelas, couve lombarda, couve portuguesa, courgette, endívia, espinafre, feijão verde, funcho, grelos, milho doce, nabiça, nabo, pepino, rabanete, rabano, repolho e rúcula.
Descubram receitas simples, sem técnicas muito elaboradas de confecção e construam pratos naturais com os alimentos que a natureza nos oferece para esta época. Aceitam o desafio?
Até breve!
SIMPLES
NATURAL
VARIADA
Iara Rodrigues
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