Muitos de nós desconsideramos os pequenos sintomas físicos com que vivemos diariamente.
Cansaço quando acordamos, olheiras escuras, barriga inchada, unhas fracas, dores no corpo como se tivéssemos 80 anos…
Pensamos neles como algo “normal” ou como sinais inevitáveis do envelhecimento. Mas e se esses sinais forem o modo do corpo nos tentar alertar sobre algo que está errado?
Mesmo que muitos dos sintomas não sejam sinais de uma doença grave, podem dar-nos pistas sobre desequilíbrios subjacentes.
Se começar a dar mais atenção ao que o seu corpo pede pode despertá-lo para mudanças na sua vida e na sua saúde.
Por vezes, o nosso corpo envia sinais (aos gritos) e mesmo assim você não quer ouvir… Posso perguntar porquê?
O Stress Implacável
Como pode alguém manter a saúde com exposição persistente ao stress? A resposta curta e simples: Não é possível.
Os sintomas de stress podem estar mesmo a afetar a sua saúde, mesmo que não se aperceba disso. Pode pensar que uma doença é a culpada por aquela dor de cabeça irritante, o cansaço físico, a insónia frequente ou a sua produtividade reduzida no trabalho.
Mas o stress pode realmente ser a causa, e se for deixado sem controle pode contribuir para muitos problemas de saúde, como hipertensão arterial, doenças cardíacas, obesidade e diabetes.
Vamos aos sintomas mais comuns:
| Sintomas Físicos
• Tensão muscular ou dores no corpo
• Dor no peito ou sensação de opressão
• Dores de cabeça
• Mudança ou perda de desejo sexual
• Queixas gastrointestinais (azia, obstipação, crises de diarreia)
• Problemas de sono
• Queda de cabelo
| Sintomas Emocionais
• Ansiedade
• Inquietação
• Falta de motivação ou foco
• Sentir-se oprimido e sem saída
• Irritabilidade
• Raiva
• Tristeza ou depressão
| Sintomas Comportamentais
• Comer demais ou compulsão alimentar
• Explosões de raiva
• Uso indevido de drogas (tabaco, álcool ou outros)
• Isolamento social
• Sedentarismo e falta de força para praticar exercício físico
O Massacre Hormonal do Stress
Não é bonito. Se realmente soubesse o que está a acontecer quando está stressado, iria ficar ainda mais assustado.
Vários estudos demonstram que o stress crónico pode prejudicar a sua imunidade, o seu equilíbrio hormonal, o risco de desenvolver um distúrbio psiquiátrico (depressão, doença bipolar, distúrbios do sono) e outras doenças crónicas.
Fisiologicamente o stress crónico pode levar a um quadro de “Disfunção do Eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal- HPA”. A glândula adrenal é responsável por segregar hormonas (cortisol, adrenalina, noradrenalina e dopamina, mineralocorticóides e hormonas sexuais) que ajudam o ser humano a adaptar-se ao stress (entre outras funções).
Quando uma pessoa está sob um stress implacável, as glândulas adrenais não têm tempo para se recuperar e não podem manter o excesso de secreção de cortisol e outras hormonas necessárias para lidar com factores stressores. Ao que chamamos de resposta “fight or flight” (“luta ou fuga”).
Esse stress crónico leva a uma diminuição das hormonas adrenais e a uma variedade de sintomas.
| Funções do Cortisol
• Promove a queima de gordura
• Mantém o humor e a estabilidade emocional (níveis anormais podem levar à depressão)
• Tem uma acção anti-inflamatória (contraria inflamações e alergias)
• Tem uma relação na regulação dos níveis das hormonas dos ovários e testículos (modulando a fertilidade, líbido e ciclos menstruais)
• Mantém a resposta de resistência ao stress
Quando o cortisol está em excesso, ou seja, as glândulas adrenais foram superestimuladas pelo stress implacável, o nosso corpo começa a passar por várias fases de desequilíbrio hormonal.
| Sintomas de uma Disfunção Adrenal (Disfunção do eixo HPA)
• Fadiga excessiva
• Depressão
• Ansiedade
• Falta de concentração e memória
• Irritabilidade
• Insónia
• Diminuição do desejo sexual tanto no homem como na mulher
• Irregularidades menstruais nas mulheres
• Disfunção eréctil nos homens
• Dores musculares e articulares crónicas
• Sintoma de indigestão
• Alergias alimentares
• Pele seca
• Tonturas
O excesso de cortisol também é pró-inflamatório, levando à diminuição da função imunitária e alterações metabólicas.
O Stress Engorda
Se isso não bastasse, o stress contribui para aumento da acumulação de gordura no abdómen, aumento da glicose no sangue, podendo levar à síndrome metabólica, obesidade e diabetes precoce.
Este caos hormonal cria consequências adversas muito reais.
Por exemplo, passa pelo seu café favorito a caminho do trabalho. Pelos milhões de coisas que já fez desde que acordou, trânsito e e-mails de trabalho, percebe que não tomou o pequeno-almoço e acaba por pedir um bolinho (ou pãozinho) com seu café (o pacote de açúcar e leite…). Essa cafeína do café vai aumentar as catecolaminas, as suas hormonas do stress.
A resposta ao stress provoca um aumento do cortisol que, juntamente com o açúcar desse bolinho, vai aumentar a sua insulina. A insulina aumenta a inflamação e isso faz com que se sinta péssimo. E o açúcar no bolinho (ou pãozinho) vai aumentar o cortisol e a adrenalina.
Sim, o açúcar literalmente vai estimular as suas hormonas do stress, mesmo que não esteja (ainda) stressado!
As hipóteses são de que vai continuar nesse padrão durante todo o dia. Acabou de criar a tempestade perfeita para o caos hormonal que o deixa cansado, infeliz e acumulador de gordura.
Estudar o Stress
Avaliar as hormonas pode ser um desafio já que cada uma das nossas hormonas está entrelaçada com outros sistemas hormonais complexos e funciona lado a lado com várias funções corporais.
Por vezes é importante pedir um estudo mais aprofundado, de forma a excluir desequilíbrios hormonais – relacionados com a tiróide, a perimenopausa ou menopausa (nas mulheres) ou andropausa (nos homens) – ou nutricionais.
Os testes mais comummente utilizados para avaliar a disfunção do eixo Hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) incluem os testes de stress da suprarrenal, através de doseamentos do cortisol e DHEA e o ritmo de cortisol salivar.
1 | Simplifique a sua vida. Em vez de procurar maneiras de “espremer” mais atividades ou tarefas diárias, deixe algumas coisas de lado. Pergunte a si mesmo o que realmente precisa ser feito, o que pode esperar e o que não precisa fazer. Não há problema em dizer “Não”.
2 | Seja inteligente nas escolhas alimentares. Elimine alimentos que são alergénios alimentares pró-inflamatórios: laticínios, glúten, soja, óleos hidrogenados, álcool, café e refrigerantes. Coma devagar e num ambiente descontraído.
3 | Faça Exercício regularmente. Sei que já sabe!… Mas o exercício é a forma mais fácil de criar uma ruptura com o stress da vida diária.
4 | Durma adequadamente. A falta de sono coloca o seu corpo sob stress e pode desencadear a libertação de hormonas de stress, como a adrenalina e o cortisol.
5 | Considere técnicas de relaxamento. Técnicas de relaxamento podem reduzir os sintomas de stress, mesmo que seja apenas 10 minutos por dia. Tente meditação, ioga, tai chi, mindfulness ou respiração profunda.
6 | Reserve tempo para si. Ter tempo para atividades prazerosas, como ouvir música, dançar, ler um livro ou brincar com seu animal de estimação podem ajudar.
7 | Procure apoio. Conversar com a família ou amigos, permitir que eles o ajudem em momentos difíceis pode ser uma ajuda preciosa para conseguir lidar com o stress.
Se não tem certeza se o stress é a causa ou já fez várias mudanças mas os sintomas continuam, consulte o seu médico, de forma a excluir outras causas possíveis.
Todos nós merecemos uma vida cheia vitalidade. E sim, temos o potencial para criá-la para nós mesmos.
Stress: O que o seu corpo lhe está a tentar dizer
Muitos de nós desconsideramos os pequenos sintomas físicos com que vivemos diariamente.
Cansaço quando acordamos, olheiras escuras, barriga inchada, unhas fracas, dores no corpo como se tivéssemos 80 anos…
Pensamos neles como algo “normal” ou como sinais inevitáveis do envelhecimento. Mas e se esses sinais forem o modo do corpo nos tentar alertar sobre algo que está errado?
Mesmo que muitos dos sintomas não sejam sinais de uma doença grave, podem dar-nos pistas sobre desequilíbrios subjacentes.
Se começar a dar mais atenção ao que o seu corpo pede pode despertá-lo para mudanças na sua vida e na sua saúde.
Por vezes, o nosso corpo envia sinais (aos gritos) e mesmo assim você não quer ouvir… Posso perguntar porquê?
O Stress Implacável
Como pode alguém manter a saúde com exposição persistente ao stress? A resposta curta e simples: Não é possível.
Pelo menos durante muito tempo. Mas a resposta mais longa é aquela que por vezes é necessária para que compreenda que o stress existe e tem um impacto na sua saúde física, mental e emocional.
Os sintomas de stress podem estar mesmo a afetar a sua saúde, mesmo que não se aperceba disso. Pode pensar que uma doença é a culpada por aquela dor de cabeça irritante, o cansaço físico, a insónia frequente ou a sua produtividade reduzida no trabalho.
Mas o stress pode realmente ser a causa, e se for deixado sem controle pode contribuir para muitos problemas de saúde, como hipertensão arterial, doenças cardíacas, obesidade e diabetes.
Vamos aos sintomas mais comuns:
| Sintomas Físicos
• Tensão muscular ou dores no corpo
• Dor no peito ou sensação de opressão
• Dores de cabeça
• Mudança ou perda de desejo sexual
• Queixas gastrointestinais (azia, obstipação, crises de diarreia)
• Problemas de sono
• Queda de cabelo
| Sintomas Emocionais
• Ansiedade
• Inquietação
• Falta de motivação ou foco
• Sentir-se oprimido e sem saída
• Irritabilidade
• Raiva
• Tristeza ou depressão
| Sintomas Comportamentais
• Comer demais ou compulsão alimentar
• Explosões de raiva
• Uso indevido de drogas (tabaco, álcool ou outros)
• Isolamento social
• Sedentarismo e falta de força para praticar exercício físico
O Massacre Hormonal do Stress
Não é bonito. Se realmente soubesse o que está a acontecer quando está stressado, iria ficar ainda mais assustado.
Vários estudos demonstram que o stress crónico pode prejudicar a sua imunidade, o seu equilíbrio hormonal, o risco de desenvolver um distúrbio psiquiátrico (depressão, doença bipolar, distúrbios do sono) e outras doenças crónicas.
Fisiologicamente o stress crónico pode levar a um quadro de “Disfunção do Eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal- HPA”. A glândula adrenal é responsável por segregar hormonas (cortisol, adrenalina, noradrenalina e dopamina, mineralocorticóides e hormonas sexuais) que ajudam o ser humano a adaptar-se ao stress (entre outras funções).
Quando uma pessoa está sob um stress implacável, as glândulas adrenais não têm tempo para se recuperar e não podem manter o excesso de secreção de cortisol e outras hormonas necessárias para lidar com factores stressores. Ao que chamamos de resposta “fight or flight” (“luta ou fuga”).
Esse stress crónico leva a uma diminuição das hormonas adrenais e a uma variedade de sintomas.
| Funções do Cortisol
• Promove a queima de gordura
• Mantém o humor e a estabilidade emocional (níveis anormais podem levar à depressão)
• Tem uma acção anti-inflamatória (contraria inflamações e alergias)
• Tem uma relação na regulação dos níveis das hormonas dos ovários e testículos (modulando a fertilidade, líbido e ciclos menstruais)
• Mantém a resposta de resistência ao stress
Quando o cortisol está em excesso, ou seja, as glândulas adrenais foram superestimuladas pelo stress implacável, o nosso corpo começa a passar por várias fases de desequilíbrio hormonal.
| Sintomas de uma Disfunção Adrenal (Disfunção do eixo HPA)
• Fadiga excessiva
• Depressão
• Ansiedade
• Falta de concentração e memória
• Irritabilidade
• Insónia
• Diminuição do desejo sexual tanto no homem como na mulher
• Irregularidades menstruais nas mulheres
• Disfunção eréctil nos homens
• Dores musculares e articulares crónicas
• Sintoma de indigestão
• Alergias alimentares
• Pele seca
• Tonturas
O excesso de cortisol também é pró-inflamatório, levando à diminuição da função imunitária e alterações metabólicas.
O Stress Engorda
Se isso não bastasse, o stress contribui para aumento da acumulação de gordura no abdómen, aumento da glicose no sangue, podendo levar à síndrome metabólica, obesidade e diabetes precoce.
Um estudo revelou que as mulheres stressadas tinham uma circunferência da cintura significativamente maior em comparação com mulheres não stressadas.
Este caos hormonal cria consequências adversas muito reais.
Por exemplo, passa pelo seu café favorito a caminho do trabalho. Pelos milhões de coisas que já fez desde que acordou, trânsito e e-mails de trabalho, percebe que não tomou o pequeno-almoço e acaba por pedir um bolinho (ou pãozinho) com seu café (o pacote de açúcar e leite…). Essa cafeína do café vai aumentar as catecolaminas, as suas hormonas do stress.
A resposta ao stress provoca um aumento do cortisol que, juntamente com o açúcar desse bolinho, vai aumentar a sua insulina. A insulina aumenta a inflamação e isso faz com que se sinta péssimo. E o açúcar no bolinho (ou pãozinho) vai aumentar o cortisol e a adrenalina.
Sim, o açúcar literalmente vai estimular as suas hormonas do stress, mesmo que não esteja (ainda) stressado!
As hipóteses são de que vai continuar nesse padrão durante todo o dia. Acabou de criar a tempestade perfeita para o caos hormonal que o deixa cansado, infeliz e acumulador de gordura.
Estudar o Stress
Avaliar as hormonas pode ser um desafio já que cada uma das nossas hormonas está entrelaçada com outros sistemas hormonais complexos e funciona lado a lado com várias funções corporais.
Por vezes é importante pedir um estudo mais aprofundado, de forma a excluir desequilíbrios hormonais – relacionados com a tiróide, a perimenopausa ou menopausa (nas mulheres) ou andropausa (nos homens) – ou nutricionais.
Os testes mais comummente utilizados para avaliar a disfunção do eixo Hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) incluem os testes de stress da suprarrenal, através de doseamentos do cortisol e DHEA e o ritmo de cortisol salivar.
Quebrar o Ciclo
Não pode evitar o stress diário, mas pode manter o stress sob controle.
1 | Simplifique a sua vida. Em vez de procurar maneiras de “espremer” mais atividades ou tarefas diárias, deixe algumas coisas de lado. Pergunte a si mesmo o que realmente precisa ser feito, o que pode esperar e o que não precisa fazer. Não há problema em dizer “Não”.
2 | Seja inteligente nas escolhas alimentares. Elimine alimentos que são alergénios alimentares pró-inflamatórios: laticínios, glúten, soja, óleos hidrogenados, álcool, café e refrigerantes. Coma devagar e num ambiente descontraído.
3 | Faça Exercício regularmente. Sei que já sabe!… Mas o exercício é a forma mais fácil de criar uma ruptura com o stress da vida diária.
4 | Durma adequadamente. A falta de sono coloca o seu corpo sob stress e pode desencadear a libertação de hormonas de stress, como a adrenalina e o cortisol.
5 | Considere técnicas de relaxamento. Técnicas de relaxamento podem reduzir os sintomas de stress, mesmo que seja apenas 10 minutos por dia. Tente meditação, ioga, tai chi, mindfulness ou respiração profunda.
6 | Reserve tempo para si. Ter tempo para atividades prazerosas, como ouvir música, dançar, ler um livro ou brincar com seu animal de estimação podem ajudar.
7 | Procure apoio. Conversar com a família ou amigos, permitir que eles o ajudem em momentos difíceis pode ser uma ajuda preciosa para conseguir lidar com o stress.
Mude o ritmo.Quebre a rotina e tente algo novo. Uma viagem de férias ou fim de semana podem ajudá-lo a desenvolver uma nova perspectiva.
Quando Deve Pedir Ajuda
Se não tem certeza se o stress é a causa ou já fez várias mudanças mas os sintomas continuam, consulte o seu médico, de forma a excluir outras causas possíveis.
Todos nós merecemos uma vida cheia vitalidade. E sim, temos o potencial para criá-la para nós mesmos.
Que comecem as mudanças! E boas meditações.
EQUILIBRIO
MUDANÇA
CONTROLE
Andreia de Almeida
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